As primeiras pacientes tiveram um papel fundamental na vida e no pensamento de Freud. Bertha Pappenheim (1859-1936), conhecida como Anna O., foi a primeira de todas, e seu tratamento de histeria envolveu hipnose e a chamada “cura falada” (conceito desenvolvido por ela mesma), que se tornaria a base da terapia freudiana. Anna von Lieben, baronesa von Todesco (1847-1900) — codinome Cäcilie M. — tinha 41 anos, nove a mais que Freud, quando começou a se tratar com ele. Mas foi com ela que aprendeu o processo de “conversão histérica”,associado a um processo de simbolização. Segundo os autores,“parece inevitável que Anna tenha sido uma das pacientes a pôr Freud no caminho da sexualidade”.
   Fanny Moser (1848-1924) — codinome Emmy von N.— foi o primeiro caso clínico de Freud, em que as anotações“não apenas forneçam um quadro completo do tratamento, mas se distinguam pela qualidade literária e não científica, aquela‘descrição detalhada de processos mentais’ que Freud se recusara a ser obrigado a adotar”.
   Aurelia Kronich, Katharina, “foi um caso agradável para mim”, escreveu Freud. Appignanesi-Forrester escreve que“foi assim que essa filha de estalajadeiro, com quem Freud conversou no alto de uma montanha de dois mil metros de altura num dia de agosto de 1893, se tornou a demonstração da nova terapia radical e da teoria da histeria que ele e Breuer propunham”.Foi através destas primeiras pacientes — e com a colaboração delas — que Freud “formatou” os princípios da sessão psicanalítica como seria consagrada no século 20.


Por Lyvya Reinoso

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