Em uma carta para Jung, de 6.12.1906, Freud escrevia: "Poder-se-ia dizer que a cura [psicanalítica] é essencialmente efetuada pelo amor. E a transferência, na realidade, proporciona a prova mais convincente - a única de fato irrefutável - de que as neuroses são determinadas pela história de amor do indivíduo".


   Em "Sobre a psicoterapia" afirmou que falta aos neuróticos ... a capacidade de amar, e, em sendo assim, compreende-se que a terapêutica precisa ser "essencialmente efetuada pelo amor", para tentar diminuir esta falta. Diz Freud:

   Sei que minha ênfase no papel da parte sexual na formação das psiconeuroses tornou-se conhecida mas ...a multidão ... retém de uma tese apenas o núcleo bruto, dela criando para si uma versão extremada e fácil de gravar. É possível também que muitos médicos tenham feito uma vaga idéia de que, como conteúdo de minha doutrina, eu atribuiria, em última análise, a neurose à privação sexual... Como seria fácil, com base nessa premissa, evitar o tortuoso e cansativo caminho do tratamento psicanalítico e dirigir-se diretamente à cura, recomendando, como meio terapêutico, a atividade sexual... Mas as coisas são diferentes. A necessidade e a privação sexuais são meramente um fator que entra em jogo no mecanismo da neurose; se houvesse apenas esse fator, o resultado não seria a doença, mas sim, a devassidão. O outro fator, igualmente indispensável, mas esquecido... a incapacidade de amar, esse traço psíquico a que chamei
"recalcamento".

  
Por Alessandra Palma

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